“Home is where the heart is” Band of Horses
Os vencedores não estão nos pódios. Eles se sentam em círculo, tímidos, olhando para o chão, para os olhos ansiosos uns dos outros, ou de cabeça erguida fitando o vazio, por vezes perdidos em seus pensamentos. São mendigos, empresários, diaristas, cientistas e trabalhadores braçais.
Meu nome é…
Há quanto tempo não se lembrava de seu nome antes que começasse a dizê-lo todos os dias? Havia se acostumado à não identidade, à não vida, à não dignidade, a não se perceber como ser humano. Atrás da recompensa, cada vez mais mirrada, vôos cada vez mais baixos, um mundo cada vez menor.
Eu sou…
Quem sou? Por tanto tempo fugi de mim mesmo, anestesiando a dor e morrendo sem sentir, me afastando de minha verdadeira identidade fragmentada e esquecida, por não ser mais importante. Onde estaria tudo o que aprendi um dia sobre mim mesmo? E como sou capaz de ser tão egocêntrico sem saber quem sou?
Estou…
Então entendo como estou hoje. Antes, quando os dias eram todos iguais, não havia maneira de avaliar isso. Hoje sei o que aconteceu ontem. Hoje choro de dor e rio de alegria. Hoje sei para onde ir. Hoje não tenho nada mais a temer.
Estamos juntos!
Os vencedores como eu, me olham nos olhos. Foram derrotados inúmeras vezes, das maneiras mais humilhantes, e não se sabia onde estavam. Eram a escória. Eram a vergonha. Eram o refugo. Hoje são tudo o que tenho. Hoje são meu primeiro pensamento pela manhã. Meus irmãos e irmãs, em quem encontro a sabedoria.
Só por hoje!